A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) divulgou, nesta sexta-feira, o Guia Médico de Medidas Protetivas para o Futebol Brasileiro em 2022. A novidade é que a entidade exigirá de atletas e integrantes das comissões técnicas dos clubes o esquema vacinal completo contra a COVID-19.
O que diz o Guia Médico da CBF?
Entende-se como vacinação plena o período de 14 dias após a aplicação da segunda dose se utilizada as vacinas de duas doses ou a aplicação da vacina de dose única , diz trecho do documento.
Caso não apresentem a comprovação, atletas e demais funcionários dos clubes não poderão ser inscritos nas súmulas de partidas válidas por campeonatos nacionais.
Além da aplicação do imunizante, a CBF segue exigindo testes com diagnósticos negativos. O clube mandante deverá realizar a testagem no dia anterior à partida. Já o visitante, dois dias antes.
"A elegibilidade para a inscrição em súmula de partida deverá seguir a apresentação de documentação constando os três critérios obrigatórios: Certificado de Vacinação para a COVID-19, laudos de testes diagnósticos negativos (Pesquisa de Antígenos ou RT-PCR) e inquérito epidemiológico", destaca parte do comunicado.
O descumprimento das medidas sanitárias será considerado pela Comissão Médica Especial da CBF violação das normas protetivas. Neste caso, um relatório será encaminhado à Diretoria de Competições da entidade para remessa à Procuradoria do Superior Tribunal de Justiça Desportiva do Futebol (STJD).
Quais torneios da CBF são afetados pela vacinação obrigatória?
Para o início dos torneios nacionais previstos para fevereiro, com a final da Supercopa do Brasil entre Atlético-MG e Flamengo. Além disso, o Brasileirão das séries A, B, C e D.
E todas as fases da Copa do Brasil também terão a vacinação exigida.
É bom ressaltar que a medida não é válida para os campeonatos estaduais, pois não são organizados pela entidade. Fica a cargo de cada federação decidir sobre a obrigatoriedade ou não da vacina.
O que os especialistas dizem sobre a dose de reforço?
“A ciência buscou segurança em todas as etapas da vacina, e descobriu que a dose de reforço é fundamental para conter a transmissão da doença”, explica Paola Minoprio, imunologista da Plataforma Pasteur-USP.
Os especialistas lembram: “a vacina pode ser qualquer uma disponível, já que todas as que estão sendo oferecidas foram aprovadas pela Anvisa. O mais importante é tomar a dose de reforço”, enfatiza Esper Kállas, infectologista da USP.
Dois estudos, publicados no The New England Journal of Medicine, analisam os efeitos da campanha de Israel para oferecer reforços a todos com 12 anos ou mais — por conta da disseminação da variante Delta. Embora as mortes e os casos graves fossem baixos entre as pessoas totalmente vacinadas, as doses de reforço diminuíram ainda mais.
É mais uma evidência de que os complementos da vacina não apenas restauram a imunidade perdida com o tempo, mas melhoram a proteção contra novas variantes do coronavírus.
A evidência levou alguns especialistas a sugerirem que a definição de estar totalmente vacinado deveria mudar: em vezes de completar duas doses da vacina, tomar três.