A campanha da Inglaterra na Copa do Mundo de 2018 é surpreendente. Tanto é verdade, que o próprio povo inglês se diz surpreso com a jornada do selecionado nacional. E o que surgiu como uma brincadeira, agora é gritado plenos pulmões. “It’s coming home”, é o que não cansam de cantar os britânicos, em meio a muita cerveja jogada para cima a cada gol dos Three Lions.
Os ingleses desembarcaram na Rússia bastante desacreditados. E o principal motivo não é exatamente os atletas. O problema reside na geração anterior. A chamada “Geração de Ouro”, que contava com nomes como David Beckham, Steven Gerrard, Frank Lampard, Paul Scholes, Gary Neville, Michael Owen, Rio Ferndinand, John Terry e tantos outros craques.
ADRIAN DENNIS/AFP/Getty ImagesSeleção inglesa em 2006. Em cima esquerda para direita: Paul Robinson, John Terry, Rio Ferdinand, Steven Gerrard, Owen Hargreaves e Frank Lampard. Em baixo: Wayne Rooney, David Beckham, Gary Neville, Joe Cole e Ashley Cole (Foto: ADRIAN DENNIS/AFP/Getty Images)
A safra que ganhou dominância e fama principalmente entre 1998 e 2014, era um dos mais encantadores times no papel. Nomes como Wayne Rooney e Joe Hart foram acrescentados e deram peso e status de um dos favoritos em qualquer competição que disputavam.
Todavia, essa leva foi responsável por fracasso atrás de fracasso. Em Copas do Mundo, a última grande campanha dos Three Lions foi em 1990, quando alcançou a semifinal. O grande craque daquela equipe foi o lendário Gary Lineker, que se aposentaria quatro anos mais tarde. Coincidentemente, a Inglaterra ficou fora da Copa do Mundo de 1994.
Getty ImagesGary Lineker contra Camarões na Copa de 1990 (Foto: Getty Images)
A “Geração de Ouro” começou a tomar forma no Mundial de 1998, quando chegou às oitavas de final. Após isso, duas quartas de final (em 2002 e 2006) e mais uma vez nas oitavas (2010), naquele polêmico jogo contra a Alemanha. O ano de 2014, no Brasil, marcou a morte daquela geração. A vexaminosa campanha no “grupo da morte” que resultou na eliminação da fase de grupos, deixou o cidadão e a mídia inglesa completamente desacreditados de qualquer futuro.
Quando Gareth Southgate anunciou sua lista final para a Rússia, sem grandes medalhões e com muitos jovens “inexperientes”, os britânicos já caíram na descrença. O “It’s coming home” (está voltando para casa), surgiu como uma ironia de um povo que tem o humor refinado e sarcástico como principal característica.
GettyA seleção inglesa mais desacreditada dos últimos tempos vem fazendo história (Foto: Getty Images)
Confira os números da campanha da Inglaterra na Copa do Mundo da Rússia:
Porém, o que ninguém esperava aconteceu. O time inglês deu liga e vem derrubando obstáculo por obstáculo e agora chega forte e com autoridade para sua primeira semifinal após 28 anos. Conseguirão os “meninos de Southgate” quebrar a banca e trazer a taça para Londres?
A Inglaterra encara a Croácia nessa quarta (11), às 15h (de Brasília), no Estádio Luzhniki, em Moscou, de olho na sonhada vaga na finalíssima do torneio de futebol mais importante do mundo.