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Como Klopp acabou com as dúvidas e transformou o Liverpool em campeão

A trajetória para o título do Liverpool da Premier League após longos e dolorosos 30 anos começou há (quase) cinco anos. Foi no dia 8 de outubro de 2015 que Jürgen Klopp foi apontado como treinador dos Reds. Quatro dias antes, o então treinador Brendan Rodgers foi chamado para conversar com Ian Ayre, ex-diretor executivo do time, e saiba o que ia acontecer.

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O Liverpool havia empatado com o Everton por 1 a 1 e completava a sequência de uma vitória em nove jogos. O time estava em 10º na tabela e jogando sem nenhuma confiança. Era tempo para mudanças. Rodgers e os Reds, em pronunciamento, disse que já estava em busca de um novo treinador. Mas o time já tinha seu alvo definido.

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Klopp se reuniu o Fenway Sports Group, grupo dono o Liverpool, em Nova York no dia 1 de outubro. Ali, ficou decidido que Klopp poderia abrir mão de seu ano sabático, após a saída do Borussia Dortmund, e assumir o comando do time de Anfield. Dias depois, enquanto seu agente, negociava os termos do contrato, Klopp saiu para passear pelo Central Park, sozinho com seus pensamentos.

Uma semana depois, ele estaria parado na frente da torcida do Liverpool, camisa vermelha na mão e os olhos do mundo sobre ele.

'Ninguém gostava desse time'

Klopp queria que os adversários se sentissem péssimos depois de enfrentar o Liverpool. Eles estariam cansados tanto fisicamente quanto mentalmente, sem reação para agir contra a agressão, energia e entrega do time em campo. Anfield, ele disse, seria o estádio mais temido do mundo.

“Quando eu cheguei, ninguém gostava desse time, nem mesmo o próprio time”, afirmou Klopp à Goal no ano passado. “Mas é verdade. E hoje é totalmente diferente. É desenvolvimento, é tempo de trabalho e paciência que você dá aos jogadores”. O alemão queria que os torcedores passassem de "céticos para crentes".

Jurgen Klopp Liverpool vs Manchester United EPL 2015 17JAN2015Getty Images

Um de seus primeiros atos foi reunir toda a equipe de funcionários de Melwood, desde os encarregados do gramado até a equipe da cozinha e os analistas. "Você sabe o nome deles?" ele perguntou a seus jogadores. “Aprendam! Eles estão aqui para ajudá-los a jogar. Todo mundo é responsável por tudo."

Dentro de campo, o progesso era uma montanha-russa. Houve vitórias empolgantes contra Chelsea e Manchester City, mas uma derrota em casa para o Crystal Palace deixou Klopp consternado. "Após o gol da vitória aos 82 minutos, vi muitas pessoas saindo do estádio", disse ele. “Eu me senti bem sozinho neste momento. Nós decidimos quando acaba."

Tijolo por tijolo

Quando Klopp chegou, era muito esperado que houvesse uma mudança rápida e dramática na equipe. Suas primeiras coletivas de imprensa eram repletas de perguntas sobre novas contratações em potencial, para sua surpresa. "Eu acredito em treinamento", disse ele aos repórteres. "Às vezes sinto que sou o único neste país que acredita em treinamento - outros acreditam apenas em transferências!"

O Liverpool terminou a temporada de 2015-16 em oitavo na tabela da Premier League e perdeu as finais da Copa da Liga e, mais dolorosamente, da Europa League. Sem a classificação para a Liga dos Campeões, o alemão e seus olheiros tinham que trabalhar em busca de novas peças.

Sadio Mane Liverpool Champions League final 2019Clive Rose

Foram as contratações de Sadio Mane e Gini Wijnaldum que realmente fizeram os Reds avançarem. O senegalês acrescentou ritmo e intensidade, enquanto Wijnaldum rapidamente se tornou um dos principais jogadores de Klopp, um meio-campista com qualidades camaleônicas, capaz de desempenhar uma série de papéis exatamente como o treinador precisava.

O alemão tinha uma boa relação com Michael Edwards, diretor esportivo a partir de novembro de 2016. E foi justamente Edward quem convenceu Klopp a contratar Mohamed Salah, quando o treinador ainda queria Julian Brandt. "Ele marcará gols, acredite em mim", disse Edwards a Klopp.

Salah, como é evidente, marcou gols. Muitos. Foram 92 bolas nas redes em 145 jogos até agora. "O relacionamento é brilhante, absolutamente brilhante", disse Klopp em dezembro. "Todo o seu departamento está fazendo um trabalho sensacional." Esse trabalho também evoluiu um pouco nos últimos anos, pois, tijolo por tijolo, a equipe do Liverpool tomou forma.

“Mentalmentes gigantes do c...”

Mas para o clube chegar ao próximo nível, duas coisas tinham que ser aceitas. Em primeiro lugar, o Liverpool teria que vender Philippe Coutinho. Em segundo lugar, eles teriam que gastar esse dinheiro para fazer pelo menos dois grandes "strikes" em novos jogadores.

Dias antes da saída de Coutinho, o Liverpool anunciou a contratação de Virgil van Dijk. A defesa sólida seria construída em torno dele. Strike número um. Após a derrota para o Real Madrid na final da Champions de 2018, Fabinho e Nabi Keita foram contratados. E então, chegou outra peça que faltava: Alisson. "O melhor em sua posição". Strike número dois.

Alisson Van Dijk Liverpool 2018-19Getty

Os troféus chegaram. O time de Klopp venceu o Tottenham e conquistou sua sexta Liga dos Campeões em Madri em junho passado, e depois disso vieram os títulos na Supercopa da Uefa e no Mundial de Clubes, em dezembro.

E agora, a Premier League. Ainda restam sete jogos para o fim da competição e o Liverpool tem uma margem de 23 pontos para o Manchester City. Os recordes foram destroçados.

“Mentalmentes gigantes do c...”, Klopp definiu seus jogadores. Uma equipe capaz de enfrentar qualquer desafio de frente; famintos, determinados, juntos. Fisicamente implacável, taticamente soberbo, terrível de se jogar, eles são tudo o que seu treinador queria quando entrou em 2015.

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