Dorival Júnior Felipão Scolari Flamengo Athletico-PR 2022Getty Images

Final da Libertadores 2022 mostra três verdades absolutas do novo futebol

Flamengo e Athletico-PR são os finalistas da edição 2022 da Libertadores da América, em título que será decidido em 29 de outubro. As campanhas dos rubro-negros tiveram momentos marcantes e alguns recordes. E também mostraram três verdades absolutas do futebol atual.

A primeira delas é que um time que deseja ser candidato constante a grandes títulos, como o da Libertadores, precisa ter uma estrutura moderna como clube. Um bom centro de treinamento e grandes profissionais dotados de conhecimento e meios para fazerem o seu trabalho. Isso, como já é de conhecimento público para quem acompanha futebol, tanto Flamengo quanto Athletico-PR têm de sobra. São referências neste assunto, aliás.

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Quando analisamos especificamente o Athletico-PR, cujo investimento em contratações e manutenção de sua equipe principal é consideravelmente menor às de Palmeiras (eliminado pelo Furacão nas quartas de final) e Flamengo, ter esta estrutura faz ainda mais a diferença para ajudar todos os envolvidos com o jogo – do massagista ao último reserva – a renderem no seu melhor nível possível.

A segunda destas verdades absolutas é o dinheiro. Um clube que sonha em levantar taças no futebol moderno precisa, também, ser uma potência econômica. Qualquer coisa diferente disso, como algum campeão inesperado, é apenas a exceção que comprova a regra. Mundo afora os campeões tem sido quase sempre os mesmos, com rotação quase mínima e quase em todas as ocasiões quem levanta a taça é aquele capaz de fazer mais investimentos. O Flamengo, no Brasil e América do Sul, é de longe o com maior capacidade para isso e se vê como finalista de Libertadores praticamente de forma rotineira nos últimos anos. Os times brasileiros, vale destacar, têm transformado a Libertadores em uma filial de Copa do Brasil também graças à questão financeira.

Mas o que esta final de Libertadores entre Flamengo e Athletico-PR nos mostra é que, no final das contas, não há certeza absoluta no futebol quando o assunto é treinador. Esta incerteza, aliás, é uma destas certezas absolutas. Na busca de tentar reeditar a sua versão de 2019, o Flamengo trouxe no início da temporada um outro português, Paulo Sousa, mas o luso esteve longe de chegar perto do que Jorge Jesus fizera anos antes e quem apareceu para tirar o melhor do bilionário Rubro-Negro carioca foi o brasileiríssimo Dorival Júnior, que estava no Ceará antes de retornar à Gávea. Do outro lado, um Felipão tido como ultrapassado conseguiu levar o Athletico à sua segunda decisão de Libertadores. E no meio do caminho se tornou o técnico recordista em semifinais do certame continental e o segundo com mais finais disputadas em todos os tempos.

É possível apontar uma potência esportiva do futebol que não possui boa estrutura para os seus profissionais? Impossível. Só é campeão quem tem mais dinheiro? Na enorme maioria das vezes, e cada vez mais. Um treinador que já provou ser de alto nível é completamente descartável, certeza de insucesso? Os últimos anos de futebol mostram que não.

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