A reunião da Liga dos Clubes do Campeonato Brasileiro, programada para o dia 9 de agosto, não aconteceu e, segundo alguns cartolas, não há firmeza na decisão por uma nova data para acontecer. A mobilização esfriou consideravelmente nas últimas semanas, especialmente por conta de alguns episódios recentes.
Segundo a Goal pôde saber, na última reunião, que aconteceu no dia 22 de julho, os representantes dos clubes tinham na pauta o debate sobre a divisão do poder. A expectativa era de que a comissão, formada por advogados, apresentassem vários modelos de liga, uma espécie de "cases" das principais competições e os formatos de governança.
Futebol ao vivo ou quando quiser? Clique aqui e teste o DAZN grátis por um mês!
Durante o encontro, que aconteceu de forma virtual, houve algumas divergências e a principal delas foi o embate entre o presidente do Bahia, Guilherme Bellintani, e o presidente do Conselho Administrativo e CEO do Athletico-PR, Mario Celso Petraglia. O dirigente do Furacão proferiu as seguintes palavras: "Se fosse presencial, tá tinha acabado porque eu teria metido a mão na sua cara". Na ocasião, a notícia foi trazida pelo colunista Lauro Jardim, do Jornal O Globo, e confirmada pelo próprio Petraglia.
Segundo apuração, o desentendimento aconteceu porque Bellintani sugeriu que Petraglia havia indicado duas empresas para o processo. O fato desagradou o mandatário do Athletico e o circo foi armado. Apesar de ambos tratarem como algo natural no processo, terminada a reunião, fontes admitiram a reportagem que o tema ligou o sinal de alerta dentro da Liga.
Outra situação que causou divergência internamente foi o fato do presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, ter aceitado ser um dos interventores da CBF junto de Reinaldo Carneiro, presidente da Federação Paulista, após decisão judicial que anulou a eleição de Rogério Caboclo à presidência da entidade. De acordo com informações obtidas, alguns presidentes queriam que o mandatário do time carioca tivesse recusado.
Curiosamente, menos de uma hora depois de assumir como interventor, a CBF conseguiu um efeito suspensivo que cancelou a nomeação dos dirigentes. A entidade máxima do futebol brasileiro havia entrado com um recurso na tentativa de derrubar a decisão da Justiça do Rio de Janeiro.
Volta do público aos estádios no Brasileirão
Outro tema que colocou em xeque o entusiasmo pela Liga dos Clubes foi a discussão sobre a volta da torcida aos estádios no Campeonato Brasileiro e na Copa do Brasil. Na última semana, o Cruzeiro entrou com um pedido e ganhou no STJD o direito de ter torcida em seus jogos na Série B. Em seguida, o Flamengo fez o mesmo.
A situação causou revolta, principalmente entre os clubes de São Paulo, que, juntos, soltaram um comunicado repudiando a atitude do time carioca. Eles afirmaram que houve um acordo entre os clubes de que a torcida no Brasileirão e na Copa do Brasil só voltaria quando todos pudessem receber público em seus estádios.
O vice-presidente do Flamengo, Rodrigo Dunshee, respondeu através de uma rede social que o Flamengo jamais havia concordado com isso. Segundo apuração da Goal, houve na CBF quem desse 'pulos de alegria' com essa divergência.
Existe a sensação interna que um novo presidente na CBF pode mudar os rumos e afundar de vez a ideia da Liga dos Clubes.
Meta da Liga não foi cumprida
Em meados de julho, a meta otimista era a de que no início de agosto já seria possível votar em um estatuto, o que aceleraria a criação liga. A expectativa era de que a reunião acontecesse no dia 9 de agosto, o que não aconteceu. A verdade é que não há, até o momento, sequer uma base do estatuto fechada.