O técnico Abel Ferreira assistiu ao jogo do Palmeiras na segunda-feira, comandou um primeiro treino na terça, foi apresentado nesta quarta e na quinta já comanda o time na beira do campo. Tudo muito rápido, mas o bastante para o português tratar de questões bem próprias do futebol brasileiro em seu primeiro contato com a imprensa.
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"A regra é clara para mim: é preciso de tempo, mas é preciso ganhar. Não tem outra forma", disse o treinador quando perguntado sobre essa velha questão, a relação entre a perspectiva de um novo projeto e as rotineiras interrupções de trabalhos — o último técnico a começar e terminar um ano no Palmeiras foi Gilson Kleina, em 2013.
Por isso, logo de cara, Abel se mostrou conhecedor do cenário que tem pela frente. Ele falou em 18 jogos em dois meses, já projetando duelos futuros por Copa do Brasil e Copa Libertadores, e classificou a sequência como uma 'loucura". Depois, voltou a dizer o calendário é "maluco", fazendo referência inclusive aos desfalques por conta da seleção, com Viña, Goméz, Weverton e Gabriel Menino jogando as eliminatórias para a Copa.
O ex-lateral falou bastante sobre a identidade histórica e a possibilidade do Palmeiras apresentar um futebol em que o torcedor se reconheça em campo. Mas, o tempo todo, precisou voltar à questão do tempo. "Agora, não me peçam que sem treinar eu jogue como jogavam minhas equipes, o PAOK e o Braga. Eu sei que nesse momento temos que ganhar".
Próximas partidas
Abel ainda reforçou que estudou bastante o Palmeiras quando procurado, e mostrou familiaridade para citar o nome dos jogadores e as características do elenco. Elogioso à vitória no último jogo contra o Atlético-MG, que marcou a despedida do interino Andrey Lopes, afirmou que precisa ter humildade para não chegar mudando tudo sem ter intervalos para trabalhar entre os jogos. Perguntado sobre reforços, disse já ter entregado um diagnóstico para a diretoria e que a prioridade é olhar para dentro, mas, ao citar novamente o nome de Viña, deu um sinal de que precisa fortalecer as opções do lado esquerdo, que ficou descoberto com as saídas de Diogo Barbosa e Victor Luiz.
Se a ideia é valorizar o que tem no elenco e a formação da base, Abel disse que "não é preciso mexer muito", e repetiu algumas vezes que o time de jovens precisa ter jogadores experientes em boa fase para apoiá-los, citando a partida feita por Felipe Melo, 37, e Luiz Adriano, 33, na última segunda-feira.
Abel Ferreira vai morar nas próprias instalações do Palmeiras e fez questão de, sempre que perguntado sobre a cultura de demissões do país, dizer que só pensa no presente e no projeto apresentado. Ao reforçar que precisará do apoio de todos no entorno do clube, ainda falou algo brasileiríssimo, preparado para a relação de amor e ódio com torcida e crítica. "Precisamos da imprensa, dos fãs... Dos corneteiros...".
Por conta da pandemia a corneta, por enquanto, fica só pela televisão ou nas redes sociais da internet. Com estádio vazio Abel estreia nesta quinta, no Allianz Parque, contra o Bragantino, pelo jogo de volta da Copa do Brasil. O Palmeiras fez 3 a 1 na ida, em Bragança, e pode até perder por um gol para avançar às quartas de final.