Lionel Messi, Barcelona 2020-21Getty

Por que Lionel Messi deixou o Barcelona?

A notícia de que Lionel Messi não será mais jogador do Barcelona caiu como uma bomba no mundo do futebol. E surpreendeu muita gente. Afinal de contas, a mensagem geral era de que o argentino havia chegado a um acordo para seguir no Camp Nou – mesmo com um reajuste que cortaria o seu salário pela metade em um primeiro momento. Mas, se Messi queria ficar no Barça e o Barça queria seguir com Messi... o que foi que deu errado nesta história?

Foram duas as grandes questões que decretaram o divórcio entre Messi e Barcelona: o fato de seu contrato estar vencido significava que o argentino estava sem clube, então um acerto com os catalães não teria, na letra fria da lei, caráter de renovação, e sim de uma nova contratação; e o contratado deveria ter seu salário enquadrado dentro da média financeira estipulada pela liga espanhola (La Liga) dentro do seu próprio mecanismo de Fair Play Financeiro.

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“Apesar de ter chegado a um acordo entre o FC Barcelona e Leo Messi e com a clara intenção de ambas as partes de assinarem hoje um novo contrato, este não pode ser formalizado devido a obstáculos econômicos e estruturais (regulamento da La Liga)”, explicou o Barcelona no comunicado oficial que noticiou a saída de Messi do clube.

Ou seja: Messi não seguirá no Barcelona porque o clube catalão, envolto em grandes dívidas e uma crise financeira agravada pela pandemia de Covid-19, não conseguiu readequar as suas economias para tornar possível a validação de um novo contrato com o maior jogador de sua história.

Messi e Barcelona até mesmo tentaram uma estratégia para manter viva a parceria: acertaram um contrato de duas temporadas, mas com pagamentos diluídos ao longo de cinco anos para o acerto dos salários. La Liga, contudo, não aceitou e não quis abrir exceções especiais dentro de seu mecanismo de controle financeiro.

E aqui, abrimos um parêntesis para explicar como funciona este Fair Play Financeiro de La Liga (que não é o mesmo da UEFA, vale deixar claro).

Como funciona a regra de limites salariais para os clubes da liga espanhola? É simples.  O limite salarial é calculado pela diferença entre o dinheiro que entra com os gastos em relação ao departamento de futebol.

Há duas temporadas o Barcelona tinha um limite salarial de € 671 milhões, mas em março deste ano o valor caiu para € 348 milhões – seja por causa do impacto econômico da pandemia quanto pela péssima gestão feita por Josep Maria Bartomeu, ex-presidente barcelonista que acabou sendo retirado do cargo antes de Joan Laporta ser eleito novamente. Sem conseguir se enquadrar neste teto de gastos, o clube fica proibido de registrar novas contratações.

Foi por esta razão que o Barcelona focou todas suas forças em se desfazer de alguns nomes do seu elenco de futebol, mas as figuras com os maiores salários – como Griezmann, Philippe Coutinho, Pjanic, Samuel Umtiti e Martin Braithwaite – ainda não conseguiram ser negociadas, uma vez que poucos clubes europeus topariam pagar os altos salários recebidos pelos atletas... e pelo fato destes mesmos atletas, que possuem contrato vigente, não quererem grandes reduções salariais em outros lugares.

Maior jogador da história do Barcelona, Lionel Messi disputou 778 jogos oficiais pelo clube e marcou incríveis 672 gols (além das outras centenas de assistências). No total, levantou 35 taças – incluindo quatro Champions League, 10 La Ligas e sete Copas do Rei.

Resumindo muito, o que deu errado para que Messi não seguisse no Barcelona foi consequência de péssimas decisões tomadas justamente pelo Barcelona em anos anteriores.

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