Nesta quarta-feira (07), o diretor de futebol do Atlético-GO revelou preocupação com o peso do atacante Walter. Principal contratação do clube para a temporada, o jogador fez um gol no Brasileirão, mas não alcançou a meta de perda de peso estabelecida quando chegou ao clube - que amarga a última posição na tabela do Campeonato Brasileiro.
O problema é antigo, e existe desde que o técnico Tite (ele mesmo!) alçou o jovem atacante ao time do Internacional. Desde então, foram muitos clubes e sempre o mesmo problema.
Internacional
No Inter, ganhou o apelido de "Bigorna" (Foto: Getty Images)
Alçado à equipe principal do Inter pelo técnico Tite, em 2008, Walter sempre mostrou categoria nas finalizações e recebia elogios do atual técnico da Seleção Brasileira. No entanto, entre idas e vindas no time titular até 2010 o peso não era o principal problema: o comportamento do atacante, sim, não era visto como ideal.
“Saio e já não volto ao Inter”, afirmou em 2010 pouco antes de oficializar a transferência para o futebol europeu.
Por isso, quando o FC Porto pagou € 6 milhões para tirar o atacante do Internacional, o seu peso era o menor dos problemas... embora já dava mostras de que seria difícil não ganhar alguns quilos a mais. Tanto é que desde cedo recebeu o apelido de “Bigorna”.
FC Porto
Getty ImagesEm Portugal também não convenceu (Foto: Getty Images)
No Estádio do Dragão, Walter também não conseguiu emplacar. Em sua primeira temporada, 2010-11, foi reserva de Falcao Garcia. Quando Kléber e Hulk apareceram no Porto, as oportunidades ficaram ainda mais raras.
Os problemas de peso ainda eram equilibrados com o comportamento polêmico. Em 2011, o emblema luso emprestou o atacante para o Cruzeiro.
Cruzeiro
A passagem pela Toca da Raposa foi quase na velocidade da luz: 11 jogos e 3 gols. E o peso do atacante foi o principal motivo que o tirou do clube.
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“Uma das questões que fez o Walter não ficar foi a falta de querer dele emagrecer. Ele realmente tem esse problema com a balança, mas é muito bom jogador. O Walter ainda é jovem, então consegue, mesmo com peso a mais, se sobressair. Mas, daqui a pouco, não conseguirá mais, porque realmente está muito acima do peso”, avaliou há quatro anos o ex-jogador Roger, que atuou ao lado de Walter no Cruzeiro.
Goiás, Fluminense e Atlético-PR
Getty ImagesAuge e decadência no Goiás (Foto: Getty Images)
No Goiás, o peso de Walter chamava atenção... mas os seus gols também. Entre 2012 e 2013 o atacante fez 34 gols e teve grande destaque no Brasileirão de 2013. Vários clubes dentre os grandes eram especulados como destino do jogador. No final das contas, o Fluminense ficou com Walter.
Com a camisa Tricolor, foram 9 gols e relances da habilidade que todos conhecem, mas o peso sempre foi um problema. Chegou a tal ponto que o assunto era tabu: tanto o jogador quanto os preparadores físicos e fisiologistas do Flu foram proibidos de comentar sobre o assunto.
© Washington Alves/Light Press/CruzeiroHabilidade e problemas também no Atlético-PR (Foto: Washington Alves/Light Press/Cruzeiro)
No Atlético-PR, Walter também teve bons momentos. Mas ao divulgar que não tinha mais interesse em manter o jogador o Furacão justificou: “em razão de o atleta ter grandes dificuldades para jogar no seu peso ideal (para um atleta de esporte de alto rendimento)”. O jeito foi voltar para o Goiás, mas as coisas não foram tão boas quanto antes.
Em seu retorno, o peso voltou a se mostrar um problema. Talvez até maior do que antes. O próprio jogador confirmou, ao chegar, que estava 8 kg acima do seu peso ideal. A última passagem pelo Goiás não terminou bem e o Atlético-GO conseguiu acertar o empréstimo junto ao Porto para a temporada 2017.
Atlético-GO
© Rodrigo Gazzanel/Ag. CorinthiansAtual clube, Atlético-GO está preocupado (Foto: Rodrigo Gazzanel/Ag. Corinthians)
Nesta quarta-feira (07), foi a vez do Atlético-GO reconhecer a preocupação com a forma física de sua principal contratação: “O Walter tem sim problema de peso. Não é mistério. Ganha peso com facilidade. Perde peso, mas ganha com muita facilidade. Aí é uma luta dos fisiologistas e preparadores físicos a todo momento”, afirmou o diretor de futebol Adson Batista.
“Ele perdeu alguns quilos quando chegou aqui, depois deu uma estagnada. Ganhou massa magra, mas não atingiu nosso planejamento. É um problema que temos que administrar internamente. Não vamos expor ninguém, mas é uma realidade que nos preocupa”.