O Young Boys começou bem sua jornada na Liga dos Campeões 2021/22. O time suíço não só conseguiu segurar os avanços do Manchester United de Cristiano Ronaldo, como também venceu o time na estreia da competição. Mas a história da equipe vai muito além disso, tendo um papel importante para acabar com a regra do gol fora de casa.
Mesmo saindo atrás, o Young Boys, que jogou com um homem a mais durante boa parte do jogo, conseguiu dar a volta por cima, até conseguir o gol da virada no último lance do jogo. E se os suíços acabaram com a festa do Manchester United na estreia da Champions League desta temporada também vai ter um papel importante para acabar com tantas outras festas, mesmo que de maneira indireta.
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Para a temporada de 2021/22, que está começando agora, a Uefa anunciou o fim da regra do gol fora de casa como critério de desempate nas partidas de mata-mata. Ou seja, um time não mais se classifica por maior número de gols marcados como visitante. E, para isso acontecer, o CEO do Young Boys, Wanja Greuel, teve um papel importantíssimo.
Gruel, por conta de uma experiência pessoal que passou com o time de sua cidade da Alemanha, o FC Kaiserslautern, lutou para o fim da vantagem do gol fora de casa quando assumiu o clube suíço, conforme contou à Goal e ao SPOX.
"Em novembro de 1991, FCK jogou contra o Barcelona na Copa da Europa na fase de classificação para a fase de grupos. A primeira partida no Camp Nou foi uma derrota por 2 a 0. Eu tinha 14 anos quando estive no estádio para o segundo jogo, foi uma atmosfera maciça e um jogo sensacional. O FCK levava o 3 a 0, mas José Mari Bakero marcou e deixou o placar em 3 a 1 e o FCK foi eliminado. Fiquei impressionado com o fato de um time ter sido eliminado, mesmo com o placar agregado de 3 a 3", lembrou.
Segundo ele, desde então, ele viveu inconformado com a regra que classificou o Barcelona, tendo mandado diversas cartas à revistas sugerindo a mudança, o que nunca aconteceu - até agora.
Em 2019, quando foi eleito para a Associação de Clubes Europeus, o tema da mudança de regra tornou-se mais concreto para Greuel, que levou a questão para o grupo. "A maioria também era de opinião que algo tinha que ser mudado, já estava em discussão há algum tempo. Então eu disse: 'Vamos avançar' e fiz uma moção oficial. Foi assim que a regra dos gols de fora entrou na agenda do Comitê de Competição de Clube da UEFA e, a partir daí, houve uma recomendação ao Comitê Executivo, que finalmente aboliu oficialmente a regra no final de junho para a nova temporada", explicou.
Para ele, o futebol não é mais o mesmo de 1965, quando a regra foi introduzida pela Uefa."Os jogos fora de casa ainda eram viagens de aventura caras, em estádios e em campos de grama pobres que não eram comuns. E os jogos de decisão, anteriormente habituais, tornaram tudo isso ainda mais caro. Hoje, esse não é mais o caso", disse. "Portanto, a injustiça de eliminar uma equipe que não é inferior, mas igual em pontos e gols, deveria ser abolida. E que um objetivo simplesmente vale mais do que outro".
Na opinião de Greuel, o fim da regra beneficia o bom futebol, já que o ataque passa a ser recompensado. "Se você fizesse um gol fora de casa, o adversário teria que marcar três gols para compensar um 1 a 0 - e então toda a tensão desapareceria".
"Estou absolutamente convencido de que a mudança de regra torna o futebol mais justo e atrativo", completou Greuel, que recusa todo o crédito pela mudança. "O assunto vem sendo discutido há anos, e muitos treinadores como Arsene Wenger e Thomas Tuchel já se pronunciaram a favor da sua abolição. Eu não o iniciei por conta própria".