Apesar de não ter feito gols na finalíssima que garantiu, em 2014, a tão sonhada Décima conquista de Champions League para o Real Madrid, Ángel Di María foi considerado o melhor em campo na partida contra o Atleti, em Lisboa. Não foi o bastante para manter o argentino no Santiago Bernabéu, que embora tenha mais taças europeias em suas estantes do que qualquer outro estádio no Velho Continente, não costuma ser tão carinhoso com seus ídolos. Cinco anos depois, a vingança teve um doce sabor para o agora jogador do PSG.
Dentro do Parque dos Príncipes, e em um time desfalcado de seus principais atacantes – Neymar, suspenso, Mbappé e Cavani lesionados – o argentino enfim conseguiu a sua vitória pessoal sobre a ex-equipe. E foi com requintes de crueldade. Escalado na ponta-esquerda de um 4-3-3 armado por Thomas Tuchel, Di María soube se movimentar com inteligência, trocando às vezes de posição do Icardi e fazendo bom uso da boa conexão com Verratti para levar perigo aos espanhóis.
O primeiro gol veio em jogada veloz, aos 14’, na qual Di María apareceu como um raio no lado esquerdo da área, finalizando com ainda mais rapidez depois de um bom passe de Bernat – e falha do zagueiro brasileiro Eder Militão. Aos 33 minutos, acertou um belíssimo chute, que fez Thibaut Courtois se esticar todo apenas para realizar que o esforço não foi o suficiente: 2 a 0. Bernat completou, já nos acréscimos, o 3 a 0 que marcaram a primeira vitória do Paris Saint-Germain nesta edição da Liga dos Campeões, e também o primeiro triunfo de Ángel Di Maria, após três duelos (e duas derrotas), sobre o clube que um dia foi a sua casa. Uma casa que o rejeitou.
Getty ImagesDi María, herói de um título aguardado com ansiedade pelo Real, em 2014 (Foto: Getty Images)
“Minha intenção foi sempre a de ficar, eu nunca quis sair. Não sei muito bem o que aconteceu nos bastidores”, chegou a afirmar durante entrevista concedida ao Marca, da Espanha, em 2015, na mesma conversa em que garantiu que não comemoraria se um dia fizesse um gol sobre os Blancos. Só que o tempo passou, Di María acabou não fazendo só um, mas dois, gols sobre o Real e comemorou como se tirasse um peso do peito.
GettyCinco anos depois, a 'vingança' pessoal (Foto: Getty Images)
Di María jamais voltou a ser regular como nos tempos de Bernabéu, acumulando uma passagem péssima pelo Manchester United e a atual estadia irregular pelo PSG. Mas ao brilhar, justamente em uma noite de inoperância do Madrid, foi como se não importasse o que aconteceu no claudicante período desde sua saída inexplicável do Bernabéu até o apito inicial desta quarta-feira (18). Ainda que a sensação dure pouco. O doce sabor da vingança é o seu prato de janta em meio à péssima estreia de um clube que lhe rejeitou em seu melhor momento.