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Kingsley Coman, o algoz da Champions que o PSG criou em casa

Kingsley Coman já está na história do futebol europeu. Foi dele o único gol da final da Champions League de 2020, aquela jogada em meio ao período de auge da pandemia de Covid-19, que obrigou a competição a ser disputada em uma bolha de jogos únicos em Lisboa. Mas além do tento de cabeça, que ajudou o Bayern na conquista de sua sexta taça Orelhuda, o atacante francês simboliza, como poucos, as ironias que o destino prepara. E neste caso quem sofreu, e segue sofrendo, através dos feitos de Coman é o Paris Saint-Germain.

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Parece uma lição daquelas vistas em livros infantis. O dinheiro praticamente infinito pode dar ao PSG Ibrahimovics, Cavanis, Neymares e Mbappés, talvez até Messis e Sérgios Ramos, mas o clube francês segue sem o seu tão sonhado título de Champions League. Quando mais chegou perto de tal glória, coube a um renegado das categorias de base do próprio Paris, que já esteve lá no Parque dos Príncipes sem grandes custos mas precisou sair em meio à chegada das estrelas mais badaladas, transformar o sonho em uma fria e monótona realidade.

É como se o PSG tivesse ido buscar em outros lugares um herói que achava que não tinha, mas já estava lá. E por ser ignorado, acabou se transformando em um grande vilão – um algoz – da causa parisiense. Coman disputou apenas três partidas pelo Paris antes de sair para a Juventus. De lá, foi para o Bayern em 2015 e o resto é história. “O PSG tem um grande time, mas você é facilmente ignorado quando se é jovem. No PSG, os jovens são um pouco deixados de lado”, disse o atacante francês em 2014, quando acabara de deixar o Parque dos Príncipes.

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As maiores vítimas de Coman no futebol profissional de clubes são Mainz e Wolfsburg, ambos da Alemanha (sofreram quatro gols cada), mas pouco importa. O que todos vão lembrar são de seus dois gols sobre o Paris Saint-Germain: o primeiro deles na final de Lisboa, o segundo agora no duelo de ida das oitavas de final da Champions League 2022/23, vitória alemã por 1 a 0 em pleno Parque dos Príncipes – quando desta vez o carrasco decidiu não comemorar o tento. E é bom ficar de olho para o que ainda pode acontecer na partida de volta, na Alemanha. Os destinos de Kingsley Coman, Bayern e PSG parecem estar entrelaçados em contornos cósmicos.

Coman é bom jogador, mas não está, apesar de seus feitos, entre os maiores craques do futebol atual. Foi o homem certo na hora certa para o Bayern e o homem errado na hora errada para o PSG. O inimigo íntimo do clube bilionário que gastou mundos e fundos para ter a glória que, ao menos até aqui, lhe foi negada justamente por alguém talhado em sua própria casa. Parece roteiro de filme, mas é futebol.

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